31 de outubro de 2010

Rafael Tobias de Aguiar e a Ordem Franciscana Secular


Rafael Tobias de Aguiar nasceu em Sorocaba, interior de São Paulo, em 04 de outubro de 1794 e faleceu no Rio de Janeiro, aos 63 anos, em 07 de outubro de 1857.

Como um dos próceres do Partido Liberal, foi Presidente da Província de São Paulo, por duas vezes, de 1831 a 1835, e de 1840 a 1841. Exonerado neste segundo mandato, por oposição à política do então dominante Partido Conservador, liderou a Revolução Liberal paulista de 1842.

Malograda a revolta, apressou-se a oficiar seu casamento com Dona Domitila de Castro Canto e Melo, Marquesa de Santos, e, deixando-a em Sorocaba, empreendeu fuga para o Rio Grande do Sul, onde foi preso pela tropa imperial, comandada pelo Barão de Caxias, e removido para a fortaleza de Lage, no Rio de Janeiro.

Por meio de seu advogado, intentando liberar-se de juízo militar, argumentou que se considerava civil, pois, embora tivesse iniciado carreira em corpo da 2ª linha, em tenra idade, como cadete, em 1798, e alcançado o posto de Coronel comandante do 36° Batalhão de Milícias de Sorocaba, em 1829, tal corporação havia sido extinta por decreto da Regência em agosto de 1831. Obstada a defesa, foi anistiado, porém, em 1844. E em 1846, chegou a ser promovido, em liberal desagravo, por decreto do Império, ao posto de Brigadeiro, sendo imediatamente reformado neste posto, sem vencimento. Por isto, passou à história como "Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar".

Reconhecido como excelente e probo administrador, logrou sanear, em suas duas gestões, as finanças da Província, tendo mesmo recusado os proventos inerentes ao cargo de Presidente, antes suprindo, de seu próprio bolso, abastado e filantropo que era, as deficiências do Erário.

Notabilizou-se por memoráveis iniciativas, sobretudo na área da educação - seja promovendo o "Gabinete Topográfico", célula inicial da Escola Politécnica, seja interessando-se pela aculturação indígena; na urbanização - criou o Departamento de Obras Públicas, construiu e reformou estradas; no campo político - promoveu o municipalismo, instituindo cargos de prefeito e sub-prefeito nas cidades da Província.

No âmbito da Segurança Pública, em 15 de dezembro de 1831, em consecução à Lei da Regência que disciplinava a matéria, encaminhou ao Conselho de Governo da Província proposta de criação da Guarda Municipal Permanente, que veio a constituir-se, com evolução e alterações posteriores, na atual Polícia Militar do Estado de São Paulo - pela qual, por esse ato governamental, é considerado Fundador e Patrono.


Carreira na Ordem Franciscana Secular

Religioso desde menino, Rafael Tobias de Aguiar estudou em Sorocaba com os beneditinos.

Em 1834, exercendo a Presidência da Província, tornou-se membro da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência da Cidade de São Paulo, Ordem secular, fundada em 1221, por São Francisco de Assis, presente em São Paulo desde 1642, reconhecida pela Santa Sé e pelo Governo regalista, na qual congregaram ilustres nomes da história paulista, de bandeirantes a autoridades da Colônia e nobres titulares do Império.

Lê-se, às fls. 48, do Livro n° 4, dos "Termos de Profissão", que abrange o período de 06 de fevereiro de 1815 a 09 de outubro de 1857, o "Termo de Entrada e Profissão do Ilmo. Exmo. Snr. Rafael Tobias d'Aguiar, Presidente desta Província":
"Aos sete de Abril de mil oitocentos e trinta e quatro annos, pelas cinco horas da tarde com grande Concurso e prazer dos Veneráveis Irmaons Entrou e Professou nesta Ordem 3ª da Penitência Instituida pelo N.S.P.S.Francisco o Ilmº Exmº. Snr. Presid. Rafael Tobias d'Aguiar, prestando os Votos de costume nas maons do N.M.R.P.Me. Comº.Vizitador Antonio do Menino Jesus Campos em presença do nosso Carissimo P. Ministro o Exmº. e Revmº. Snr. Bispo Diocesano D. Manoel Joaquim Glves de Andrade, o nosso Carissimo Snr. Bispo Eleito do Rio de Janeiro, o Emº. Snr. Antonio Maria de Moura, Irmaons Definidores e mais irmaons: e se obrigou a aceitar todos os Cargos a que fosse eleito, e também a conservar, cumprir e guardar as Leis, Estatutos, e Regra desta Nossa Ordem, jurando defender a puríssima e immaculada Conceição de Nossa Senhora. De que para constar fiz este Termo, que assignarão eu o Cônego Leão José de Sena - Secretário .......... Menino Jesus Campos, Comº. Vizor. ................... José Gomes de Almeida, Pró-Ministro .......................
Em 25 de setembro de 1845, foi eleito "Vice-Ministro". Em 16 de setembro de 1850, foi eleito "Ministro", re-eleito como "Ministro", aos 16 de setembro de 1851, re-eleito "Ministro" em 1852, novamente re-eleito "Ministro" em 1853, como consta às fls. 73v e 81ss, do "Livro de Eleições".

No "Livro de Actas" do período, encontram-se manifestações e assinaturas de Rafael Tobias de Aguiar, como "Ministro" da Ordem.

Morte e sepultamento no Jazigo da Ordem

Doente, em 1854, último ano de sua atuação como Ministro da Fraternidade, padecendo de insuficiência renal, dirigiu-se a Águas Virtuosas (atual Lambari, MG), para repouso e tratamento, onde em 1855 fez lavrar seu "Testamento".

Em 1857, embora convalescente apenas, assumiu uma cadeira de deputado na Corte. Encerrada a legislatura, retornou à Província, pelo vapor "Piratininga", acompanhado da esposa e filhos, já com a saúde bastante combalida. De tal modo, agravou-se seu estado com uma crise renal, que, apenas desembarcado em Santos, os familiares resolveram embarcá-lo de volta ao Rio, em busca de socorro médico. Ao adentrar à Baía da Guanabara, contudo, a 07 de outubro de 1857, faleceu.

Nos últimos momentos, reiterou seu apreço por São Paulo, e recomendou à esposa que os filhos cursassem Direito na Faculdade do Largo São Francisco - o que sucedeu. Narra ainda seu biógrafo, Coronel da PM Arrison de Souza Ferraz, do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, em cuidadosa obra historiográfica, prefaciada e elogiada pelo eminente Prof. Tito Lívio Ferreira, e publicada pela própria Intendência da Polícia Militar do Estado de São Paulo, em 1973, que o Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar "por fim, já se expressando com dificuldade, declarou a Dona Domitila que desejava ser sepultado em São Paulo, na capela da Igreja de São Francisco da Penitência" (Rafael Tobias de Aguiar, pg. 136 - grifo nosso).

E, de fato, a última vontade do Brigadeiro foi satisfeita. O corpo embalsamado de Rafael Tobias de Aguiar, trazido, por terra, por seus familiares, do Rio para São Paulo, foi sepultado, a 25 de outubro de 1857, na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, de que fora membro e dirigente, com grande cerimonia e comoção popular, desatendendo talvez a modéstia do querido paulista que aspirava um sóbrio funeral, mas levando a cabo religiosamente o cumprimento do seu pedido expresso no "Testamento" de que fosse sepultado como "bom católico".

Desde então, descansa, intacto, o corpo de Rafael Tobias de Aguiar, no Jazigo da Igreja do Seráfico Pai - esse panteon histórico paulista, gozando da sepultura católica que em seu "Testamento" pediu, e tendo atendido o desejo que em seus últimos momentos expressara à esposa. E ali permanece desde então à espera da Ressurreição, seja em meio de seus Irmãos da Ordem, que o precederam; seja dos que, vivo, conheceu; seja dos que, pósteros, o acompanham ainda hoje - e o acompanharão no futuro - com suas preces, no mesmo testemunho continuado de vida franciscana.

Jaz Rafael Tobias de Aguiar na impressiva quadra do Largo São Francisco, que, avizinhando o Direito e a Fé, constitui, por si, eloquente monumento da tradição histórica paulista.

E ele próprio, Rafael Tobias de Aguiar, que conjugou em sua vida, de modo feliz, o militar, o político e o religioso, permanece como um lídimo representante desses filhos de São Francisco, que juntamente com os filhos de Santo Inácio, tudo porfiaram pela grandeza de São Paulo.

As rotas de São Paulo e do Brasil, como tão bem salienta o Coronel da PM Arrison de Souza Ferraz, "são as da civilização cristã" (op. cit. pg. 220).

Mesmo a pretexto de homenageá-lo, não se há de afastar Rafael Tobias de Aguiar da rota que ele publicamente se impôs "conservar, cumprir e guardar", naquela memorável tarde de 07 de abril de 1834, quando professou na Ordem Franciscana.

A rota de Rafael Tobias de Aguiar foi a rota das virtudes cristãs, da fé, da esperança e da caridade, segundo o exemplo de São Francisco de Assis. Rota fundamental, à qual todas as outras rotas humanas devem continuamente retornar para corrigir desvios e recuperar a dedicação aos valores da vida, da verdade e do bem.

Há sempre uma tentação que nos ronda, ostensiva ou solerte, que pretende distanciar do Civismo os ideais da Fé, e trocar a base vertical religiosa da nacionalidade por um secularismo horizontal . Contra tal intento, vale a severa, mas previdente, advertência do Coronel da PM Arrison de Souza Ferraz: "Seria o mesmo que trocar as claridades solares pelos antros escuros da criminalidade, o mesmo que trocar a planície pelo pântano" (op,cit, pg. 220).

De seu jazigo, na tradicional Igreja franciscana, refulge ainda no Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar a verdadeira vocação patriótica, a preclara estrela que alumia a sagrada rota dos destinos da nacionalidade.

Trocar, restringir, obscurecer, alterar as tradicionais rotas da História do Brasil e de São Paulo, nunca!

Desarraigar o Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, da rota da Fé franciscana e cristã, que, como membro e Ministro da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência da Cidade de São Paulo, lhe norteou a vida, e à qual mais se apegou às portas da eternidade, jamais!


Por Edmilson Soares dos Anjos, OFS
(conselheiro da fraternidade OFS das Chagas)

25 de outubro de 2010

SEMANA DA PAZ - 25 a 29 de outubro



Em 27 de Outubro de 1986, 130 responsáveis das principais religiões do mundo encontraram-se em Assis para rezar pela Paz e proclamar que a religião nunca deve se tornar motivo de conflito, ódio e violência.
Desde esse dia, a cidade onde nasceu São Francisco de Assis, tornou-se para todo o mundo e para todas as religiões um apelo à verdadeira Paz, bem presente nas palavras de João Paulo II: "Continuemos a difundir a mensagem da paz. Continuemos a viver o espírito de Assis".
Em sinal de compromisso profético, quem vive o «espírito de Assis», reza: "Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz!"


Proclamação do “Espírito de Assis"



1. ASSIS diz-nos que a violência, a guerra,
intolerância cruenta
e tudo o que combate a vida
é o que existe de mais irracional e desumano.

2. ASSIS diz-nos que a vida vive
onde há concórdia, colaboração, respeito mútuo.


1. ASSIS diz-nos que, para mudar o mundo,
não bastam coligações de poder,
pactos de egoísmo e exploração.


2. ASSIS diz-nos que somos uma fraternidade,
que nos construímos e amadurecemos como pessoas
mediante uma rede de relacionamentos inter-pessoais.


1. ASSIS diz-nos que, ou nos tornamos humanos, juntos,
ou seremos lobos mais ferozes que o de Gúbbio,
a nos devorarmos uns aos outros.


2. ASSIS diz-nos que, ou nos salvamos juntos, como povo,
ou pereceremos todos
nas tempestades que agitam o mundo.


1. ASSIS diz-nos que não é possível
desinteressar-se dos outros,
pensando, com isso, permanecer incólumes.

2. ASSIS diz-nos, enfim, que,
se o mundo quer ser realmente humano,
deve superar toda a espécie de egoísmo,
de racismo, de divisões,
e construir uma fraternidade universal.


“Comprometemo-nos/ a fazer nosso o brado/ de todos os que não se resignam à violência e ao mal,/ e desejamos contribuir/ com todos os nossos esforços/ para dar à humanidade do nosso tempo/ uma real es-perança de justiça e de paz”.


Mais informações:

CARTAZ
O ESPIRITO DE ASSIS 
ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO
PROJETOS EM SÃO PAULO - SEMANA DA PAZ

Dia de SÃO FREI GALVÃO - 25 de outubro


Antônio de Sant'Ana Galvão, nasceu no dia 10 de Maio de 1739, na cidade de Guaratingueta, São Paulo. Filho de Antônio Galvão, português natural da cidade de Faro em Portugal e de Isabel Leite de Barros, natural da cidade de Pindamonhagaba, em São Paulo.


Em 1760 ingressou no noviciado da Província Franciscana da Imaculada Condeição, no Convento de São Boaventura do Macacu, na Capitania do Rio de Janeiro. Foi Ordenado Sacerdote no dia 11 de Julho de 1762, sendo transferido para o Convento de São Francisco em São Paulo.


Em 1774, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, das Irmãs Concepcionistas da Imaculada Conceição. Cheio de Espirito de Caridade, não media sacrifícios para aliviar os sofrimentos alheios. Por isso o povo a ele recorria em suas necessidades.


Às 10:00 horas do dia 23 de Dezembro de 1822, no Mosteiro da Luz de São Paulo, havendo recebido todos os Sacramentos, adormeceu santamente no Senhor, contando com seus quase 84 anos de idade. Foi sepultado na Capela-Mor da Igreja do Mosteiro da Luz, e sua sepultura, ainda hoje continua sendo visitada pelos fieis. Sobre a lápide sepulcrar de Frei Galvão está escrito para eterna memória: "Aqui jaz Frei Antônio de Sant'Ana Galvão, ínclito fundador e reitor desta casa religiosa, que tendo sua alma sempre em suas mãos, placidamente faleceu no Senhor no dia 23 de dezembro do ano de 1822".


Sob o olhar de sua Rainha, a Virgem Imaculada, sob a luz que ilumina o tabernáculo, repousa o corpo do escravo de Maria e do Sacerdote de Cristo, a continuar, ainda depois dea morte, a residir na casa de sua Senhora, ao lado de seu Senhor Sacramentado.




Pregador e Missionário itinerante: Apóstolo de São Paulo
Por Dom Frei Caetano Ferrari, ofm

Impulsionado pelo amor de Deus, que trazia no coração, Frei Galvão foi o grande pregador e anunciador da Palavra de Deus, tendo como centro de sua ação evangelizadora a cidade de Paulo. Logo que terminou os estudos, foi eleito em Capítulo Provincial "Pregador, Confessor e Porteiro" no Convento São Francisco. A sua pregação estava sempre aliada com o contato direto com o povo: a acolhida no Confessionário e Portaria, sua bondade e compreensão, seus conselhos e orientações, seu socorro e ajuda aos necessitados, enfermos e sofredores. Pouco a pouco sua fama atravessou fronteiras.


Sempre a pé, andou a pregar por muitas localidades fora da cidade: Sorocaba, Porto Feliz, Itu, Taubaté, Parnaiba, Indaiatuba, Mogi das Cruzes, Paraitinga, Pindamonhangaba, Guaratinguetá. A serviço da Província, viajou para mais longe: ao Rio de Janeiro, mais de uma vez, e chegou até Castro, Paraná, como Visitador da Ordem. As viagens, feitas a pé, se transformavam em roteiros missionários de pregação às diversas localidades. Em todos os lugares anunciava o Evangelho e a devoção à Imaculada. Ao passar por Piraí do Sul, indo para Castro, deixou a estampa de Nossa Senhora das Brotas, que lá se encontra na Capela das Brotas, e é venerada até os dias de hoje. Não seria exagerado dizer que a devoção à Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Aparecida, a partir de seu Santuário na pequena cidade do Vale do Paraíba e ao lado de Guaratinguetá, tivesse sido alimentada pelo trabalho de difusão desta devoção por parte de Frei Galvão.


Frei Galvão foi chamado "Apóstolo de São Paulo". Sua pregação tocava as pessoas e era acolhida pelo povo de todos os lugares, que para ouvi-lo se reunia em multidão.



Altar da Ordem Terceira
 Como Comissário (assistente espiritual) da Ordem Terceira de São Francisco, cuidou de formar os Irmãos na vivência do ideal franciscano como caminho de santificação e de verdadeiro apostolado leigo.


Mistico e Contemplativo: Homem de oração e devoto de Nossa Senhora  


Frei Galvão distingui-se, primeiramente, por uma rica "espiritualidade franciscana e mariana". Um verdadeiro filho de São Francisco: homem de oração, de vida simples e penitente. Um devoto apaixonado de Nossa Senhora: no dia em que professou na Ordem, fez "juramento de defesa à Imaculada Conceição" como era costume naquele tempo. Os Frades eram defensores do privilégio da Conceição Imaculada, cujo dogma só foi proclamado em 1854. Mas, 4 anos depois da ordenação, aprofundou aquele compromisso, assinando com o próprio sangue uma "Cédula irrevogável de filial entrega a Maria Santíssima, minha Senhora, digna Mãe e Advogada", pela qual consagrava-se "como filho e perpétuo escravo" da Mãe de Deus.
 Era uma espiritualidade que nasceu e se alimentava de uma forte experiência de Deus. E se manifestava em convicções e atitudes muito claras e firmes: absoluta confiança na Providência Divina e submissão total à vontade de Deus.


A partir dessa base, dá para entender bastante bem de seu comportamento e ações. Era de obediência irrestrita. Nomeações e transferências: logo as assumia e se punha a cumprir. Decisões de autoridades a seu respeito: obedecia sem pestanejar. Vejam-se, por exemplo, a nomeação e transferência para o Noviciado de Macacu, a ordem do Governador quanto ao fechamento do Mosteiro e quanto a sua expulsão da cidade, etc. O que entendia ser vontade de Deus, como as inspirações da Irmã Helena, corria para pôr em prática. Por traz havia sempre a serenidade de quem confia em Deus.


Podem ser vistas como expressões fortes da mística e contemplação de Frei Galvão sua luta e empenho, por mais de 40 anos, em favor da fundação do Recolhimento da Luz e da formação e direção espiritual das Irmãs para a vida contemplativa, e sua fidelidade, por 60 anos, ao juramento de servir à causa da Conceição Imaculada e propagar sua devoção.


Papa apelida Frei Galvão de Doçura de Deus
"É com viva satisfação que saúdo os numerosos peregrinos brasileiros que vieram a Roma para participar da solene beatificação do primeiro Beato nascido em solo brasileiro, Frei Antônio de Sant'Ana Galvão, também conhecido como Frei Galvão. Guaratinguetá, sua cidade natal, deve sentir-se muito feliz, porque um seu filho subiu à honra dos altares. No lar do Beato Frei Galvão, a imagem de Sant'Ana reunia sua família todas as noites para as orações, e foi dali que brotou aquela atenção pelos mais pobres, que acorriam à sua casa e que, anos mais tarde, atrairia milhares de pessoas aflitas, doentes e escravos, em busca de conforto e de luz, a ponto de ele ser conhecido como "o homem da paz e da caridade". Vamos pedir a Deus que, com o exemplo do Beato Frei Galvão, a fiel observância de sua consagração religiosa e sacerdotal sirva de estímulo para um novo florescimento de vocações sacerdotais e religiosas, tão urgente na Terra de Santa Cruz. E que esta fé, acompanhada das obras de caridade, que transformava o Beato Frei Galvão em Doçura de Deus, aumente nos filhos de Deus aquela paz e justiça que só germinam numa sociedade fraterna e reconciliada".
João Paulo II, no dia 26 de outubro de 1998

Fonte: www.saofreigalvao.com.br


23 de outubro de 2010

DIA MUNDIAL DAS MISSÕES



OUTUBRO MÊS DA MISSÕES
DIA 24 - DIA MUNDIAL DAS MISSÕES.

João Paulo II, na Encíclica Redemptoris missio, escreveu que a Igreja é missionária por natureza. Ainda hoje, o compromisso missionário deve ser o primeiro serviço da Igreja à humanidade, com o intuito de oferecer a salvação a todos, principalmente aos humilhados e oprimidos, pois o núcleo da missão é a inclusão dos excluídos. Como assinalou o Papa Bento XVI em sua mensagem para o Dia Mundial das Missões, "para cada fiel, não se trata simplesmente de colaborar para a atividade de evangelização, mas de se sentir ele mesmo protagonista e co-responsável da missão da Igreja". Foi o próprio Cristo quem buscou reforços para o anúncio da Boa Nova, engajando seus discípulos na missão (Mc 6, 6b-13).

A Boa Nova diz que o amor deve prevalecer sobre a Lei, que o Reino de Deus está chegando e com ele a prática da justiça, da caridade, da misericórdia e da paz. Todos devem saber disso para renovarem suas esperanças. Mas, como tomar conhecimento da salvação se não há quem a proclame? Jesus anunciou a Boa Nova por primeiro, depois enviou seus apóstolos, dois a dois. Hoje, Ele nos pede que façamos o mesmo, enfrentando o medo, assumindo uma renovada consciência missionária, e ainda buscando reforços ao anúncio da Palavra. E quem são os nossos reforços? Todo aquele a quem anunciamos a Boa Nova passa a ser um reforço, pois também vai anunciar. Como afirmou Bento XVI, "toda comunidade cristã nasce missionária, e é justamente sobre a base da coragem que se mede o amor dos fiéis por seu Senhor".

Ser cristão missionário é estar sempre a caminho, anunciando a Boa Nova e assumindo algumas posturas básicas: desapego aos bens materiais, disponibilidade, paciência, amor gratuito, coragem, fé, alegria, discernimento, escuta atenta, compaixão, simplicidade... Essas posturas não representam o conteúdo da missão, apenas formas de realizá-la com sucesso. Ser missionário não é fácil, pois implica em sairmos de nossa acomodação. O foco da missão é servir e não ser servido. O agente da evangelização que busca a promoção pessoal e se preocupa com as aparências se desvia do principal, pois com aparências não se anuncia o Reino nem se incluem os excluídos. Lamentavelmente, hoje em dia, dá-se mais importância ao "parecer ser" do que ao "ser", difundindo-se acentuado marketing religioso.

O que precisamos para dar seguimento ao projeto de Cristo? O verdadeiro cristão sente e sabe que possui compromisso com a evangelização dos povos. A adesão é livre, mas é dever do cristão anunciar, para que todos tenham a oportunidade de abraçar a salvação. A mudança de vida se dá mediante a escuta da Palavra e sua experiência prática em nossa vida, pois precisamos nos libertar de tudo o que nos oprime e marginaliza, experimentando a restauração que vem do Senhor Jesus. Assim, a missão não é uma simples tarefa. É a consequência da intimidade daquele que chama e daquele que é chamado. É o desenvolvimento da consciência de ser chamado, gerando em nós o desejo de contribuir, de anunciar, de participar (agora renovados) no exercício do amor fraterno. Certamente, o maior desafio do missionário é tornar o próximo semelhante a Deus por meio de seu anúncio.

* Maria Regina Canhos Vicentin (e.mail: contato@mariaregina.com.br) é escritora. Acesse e divulgue o site da autora: http://www.mariaregina.com.br/



Missão e Comunicação: Meios para evangelizar


Há muitos anos a comunicação é uma ferramenta primária para a mensagem ser transmitida entre os povos. Sem ela, a missão também passada aos seres humanos estará comprometida, a missão do evangelho, a missão da partilha. E é na exposição das ideias e pensamentos que depende o domínio das boas normas de uma comunicação sempre verdadeira e transparente.

O que se vê é o número crescente de rádios e TVs que estão à disposição da Igreja dando suporte a sua tarefa de anunciar a Boa Nova, da vida plena, do bem comum. Levar o Evangelho às pessoas com a utilização dos recursos da comunicação com suas mídias sociais e alternativas é papel e responsabilidade de todos os cristãos que vivem em meio às transformações do mundo. Surgem novos conceitos de "vida", a ênfase dada para uma vida baseada no consumismo, o pensamento em si e não mais na coletividade. O ser humano, a cada dia, constrói o seu fim e pode parecer tarde para se dá conta e tentar salvar o seu bem mais precioso, a vida, presente de Deus.

E ainda em virtude da era da informatização, torna-se imprescindível um contato com os elementos que dela se tem para que haja uma contextualização dos métodos a serem buscados, tornando-os compatíveis com as exigências desse tempo. No entanto, a comunicação que objetiva levar uma mensagem que transforme a vida das pessoas não se faz por meio de um processo apenas técnico, mas, ela deve ser verdadeiramente espiritual.

Assim, a necessidade de uma linguagem capaz de carregar os sentimentos e a verdade, como deixou Cristo em seus ensinamentos, se faz cada vez mais presente na atualidade. Essa linguagem, além de ser simples deve conter uma força que faça transformar o coração e a vida de todos.

Os que querem ensinar a Palavra de Deus precisam vivenciar seu conhecimento e dela fazer sua experiência pessoal colocando-a em prática como ideal de vida e se entregado aos recursos da comunicação para dar voz ao Evangelho.

"Missão e Partilha" é o tema da Campanha Missionária, para o mês de outubro de 2010, quando será feita a tradicional coleta destinada ao Fundo Mundial de Solidariedade Missionária para financiar projetos de evangelização em diversas frentes. Uma das tarefas da comunicação a serviço da evangelização é divulgar a Campanha Missionária para incentivar gestos de partilha.

* Tatianne Lopes é jornalista. Assessoria de imprensa da CNBB.

Fonte: REVISTA MISSÕES



ACESSE E LEIA MAIS SOBRE AS MISSÕES:

ORIGEM DO MÊS DAS MISSÕES

MENSAGEM DO PAPA PARA O 84° DIA MUNDIAL DAS MISSÕES
 
CAMPANHA MISSIONÁRIA
 
EVANGELIZAÇÃO E CONVERSÃO

São Frei Galvão - 1° Santo Brasileiro é Franciscano


FREI GALVÃO - O MISSIONÁRIO

A Ordem franciscana desde suas origens, vive o carisma missionário. Francisco, para levar o anúncio da Boa Nova, deixa o centro de Assis, deslocando-se para a periferia; deixa a cidade para pregar em outras cidades da Itália e, por fim, deixa o país para dirigir-se a outros países da Europa e da África, tão apenas para tornar o Cristo conhecido e amado.

Há mais de 200 anos, frei Galvão também viveu profundamente esta dimensão missionária, sobretudo no sul e sudeste do Brasil, mormente Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Ele encarnou o desejo de Francisco de Assis: “Para isto Jesus vos enviou ao mundo: para que por palavras e obras, deis testemunho de sua voz e a todos façais saber que não há outro Onipotente senão Ele” (Carta a toda Ordem 9).

Frei Galvão encarnou este desejo de Francisco e evangelizou por sua vida, palavras e testemunho, sendo um autêntico missionário.

Frei Galvão, neste seu ardor missionário, esteve sempre aberto, disponível e sensível aos anseios do ser humano e demonstrava preocupação pela sua salvação. Ele não fez senão semear, plantar, regar e colher na seara do Senhor, cooperando na expansão e dilatação do Reino de Deus em terras brasileiras. Não é em vão que o Santo do Brasil é chamado o "Apóstolo da Caridade e da Paz". A busca deste homem de Deus era a aproximação dos homens entre si, provocando a reconciliação, libertando das divisões, derrubando muros de separação, construindo a paz e a fraternidade.
Ele, no seu caminhar pobre, fraterno e itinerante queria estar junto ao povo, caminhar com ele, sentir seus problemas e levar-lhes o anúncio da Boa Nova. E assim, na simplicidade, no desapego e na oração evangelizava pelo testemunho, pela presença, pela solidariedade e pelo serviço.

Assim, percebemos o vigor missionário deste nosso Santo, que segundo o exemplo e vontade de Francisco de Assis, viveu o carisma missionário em nosso país, tornando-se ele o primeiro Santo brasileiro, para a glória de Deus e para o bem a Igreja.
 

Novena à Santíssima Trindade para alcançar graças pela intercessão do glorioso Frei Galvão

Reze durante 09 dias a Oração da Novena à Santíssma Trindade:


".... Santissima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu Vos adoro, louvo e Vos dou graças pelos beneficios que me fizestes. Peço-vos, por tudo que fez e sofreu o vosso Venerável Frei Galvão, que aumenteis em mim a fé, a esperança e a caridade, e Vos digneis conceder-me a graça que ardentemente almejo. Amém..."


Rezar um Pai Nosso, uma Ave Maria e uma Glória ao Pai, e tomar 3 Pílulas do Frei Galvão, da seguinte maneira:
- A primeira pílula tome no primeiro dia da novena
- A segunda pílula tome no quinto dia da novena
- A terceira pílula tome no último dia da novena, ou seja, no nono dia.

As pílulas de Frei Galvão

Esclarecimentos sobre as pílulas de Frei Galvão.


O que são as “Pílulas de Frei Galvão”?
Não são remédios de farmácia, mas pílulas devocionais. Tomadas com fé e com conversão de coração, podem servir como um sinal sacramental. O sacramental sempre se relaciona com Cristo, Maria ou com os Santos como medalhas, imagens ou terços, por exemplo.

Como surgiram essas “Pílulas”?
Nasceram do grande amor, zelo e caridade que Frei Galvão tinha para com os doentes. Um dia, não podendo visitar um jovem que estava com dores tremendas, escreveu em um pedacinho de papel uma invocação à Virgem Imaculada e disse ao portador: “Leve ao enfermo e diga-lhe para tomar isso como fé e devoção a Maria”. Daí aconteceu a cura. Mais tarde fez a mesma coisa para uma senhora em perigo de vida no parto. Ela e o filho se salvaram. Desse pedacinho de papel se originaram as “Pílulas”.

O que Frei Galvão escrevia nos pedacinhos de papel?
Post partum, Virgo, inviolata, permansisti; Dei genitrix, intercede pro nobis (Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta, Mãe de Deus, intercede por nós.
Até hoje é a frase usada nas “pílulas”!

Como as pílulas devem ser tomadas?
Junto com a Novena, rezada durante 9 dias, toma-se três pílulas: no 1o dia, no 5o dia e no último dia da Novena.

O fato de tomar as pílulas dispensa a ida ao médico?
De jeito nenhum. Em caso de doença, nunca deixe de procurar o médico e seguir as suas recomendações. As curas alcançadas com o uso das pílulas de Frei Galvão são curas extraordinárias, que dependem da vontade de Deus e da nossa fé inabalável no Senhor.

Fonte: Pró Vocações e Missões Franciscanas


19 de outubro de 2010

Dia Nacional da Juventude completa 25 anos


DIA 07/11
13h30 às 18h

PÁTIO DO COLÉGIO
Concentração e Caminhada até a Praça da Sé
Missa com D. Odilo Pedro Scherer
Apresentações musicais
Organização: Setor Juventude da Arquidiocese de SP




A juventude paulistana está próxima de realizar uma dupla comemoração. Além de 2010 ser declarado como Ano Internacional da Juventude pela ONU, o dia 7 de novembro ficará marcado pela celebração de 25 anos do Dia Nacional da Juventude, que acontecerá das 13h às 18h no centro da cidade.

Organizada na Arquidiocese de São Paulo pelo Setor Juventude, a data tem como tema “DNJ 25 anos: celebrando a memória e transformando a história” e lema “Juventude: muita reza, muita luta, muita festa, em marcha contra a violência”. O tema é definido pelo Setor de Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Entre as atividades previstas estão reflexão do tema, marcha contra a violência e o extermínio de jovens, partindo do Páteo do Colégio em direção à Catedral da Sé, apresentações musicais e celebração eucarística presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer.

A temática do DNJ chama a atenção para a importância de celebrar a memória, mas ao mesmo tempo transformar a história, a partir do diálogo com os jovens e da construção de espaços de reflexão e participação a respeito da realidade da juventude, sob a luz do Evangelho e com foco, a exemplo de 2009 , na discussão sobre uma cultura de paz e a violência contra os jovens.

Tendo os jovens como protagonistas, o DNJ é construído conjuntamente com padres, religiosos e leigos, sendo um momento forte de celebração de fé, de sentido da presença dos jovens na Igreja e visibilidade da mensagem cristã à cidade.

Participe da celebração do Dia Nacional da Juventude! Organize seu grupo!
Para mais informações: http://www.setorjuventude.org.br/

CONSCIENTIZAÇÃO POLÍTICA



Regional Sul 1 emite nota
de esclarecimento sobre as eleições

Neste sábado, 16, o Regional Sul1 da CNBB (que compreende todo o Estado de São Paulo) emitiu uma declaração assinada pelo presidente, dom Nelson Westrupp, bispo de Santo André, em que manifesta que o episcopado católico paulista "desaprova a instrumentalização de suas Declarações e Notas e enfatiza que não patrocina a impressão e a difusão de folhetos a favor ou contra candidatos". A declaração também recomenda a análise serena e objetiva das propostas dos candidatos.


Leia a íntegra da declaração:


Declaração sobre as Eleições


Os bispos católicos do Regional Sul 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), do Estado de São Paulo, em sintonia com a DECLARAÇÃO SOBRE O MOMENTO POLITICO NACIONAL, da 48ª Assembleia Geral da Conferência (Brasília, maio de 2010), esclarecem que não indicam nem vetam candidatos ou partidos e respeitam a decisão livre e autônoma de cada eleitor.


O Regional Sul 1 da CNBB desaprova a instrumentalização de suas Declarações e Notas e enfatiza que não patrocina a impressão e a difusão de folhetos a favor ou contra candidatos.


Reafirma, outrossim, as orientações quanto a critérios e princípios gerais a serem levados em conta no discernimento sobre o momento político, já oferecidos pela 73ª Assembleia Geral do Regional Sul 1 (Aparecida, junho de 2010), expressos na Nota VOTAR BEM.


Recomenda, enfim, a análise serena e objetiva das propostas de partidos e candidatos, para que as eleições consolidem o processo democrático, o pleno respeito aos direitos humanos, a justiça social, a solidariedade e a paz entre todos os brasileiros.




Indaiatuba (Itaici), SP, 16 de outubro de 2010.


Dom Nelson Westrupp
Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1
E Bispos do Regional Sul 1


Fonte: Arquidiocese de São Paulo






O direito à vida é o primeiro dos direitos naturais, é um dos direitos supra-estatais (como ensinava o eminente jurista Pontes de Miranda – Comentários à Constituição de 1946, 3ª ed., Tomo IV, pg. 242-243: “não existem conforme os cria ou regula a lei; existem a despeito das leis que os pretendem modificar ou conceituar. Não resultam das leis, precedem-nas; não têm o conteúdo que elas lhes dão, recebem-no do direito das gentes”), porque diz respeito à própria natureza humana e daí o seu caráter inviolável, intemporal e universal (cf. Manoel Gonçalves Filho, Comentários à Constituição Brasileira de 1988, Saraiva 1990, vol. I, p. 23).


Direito originário, condicionante dos demais direitos da personalidade – direito fundamental absoluto – o direito à vida é um direito-matriz, explicitamente mencionado no artigo 5º da Constituição Brasileira de 1988 (“à inviolabilidade do direito à vida” é gratuito ‘petreamente’, isto é, qualquer ação contra a vida, toda medida que permite interrompê-la em seu desenvolvimento intra-uterino ou em qualquer fase da existência, seja qual for a justificação, é, inequivocamente, inconstitucional e anticonstitucional e, portanto, um ato de lesa-sociedade).

Convém considerar que desde a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, o caráter laical do Estado Brasileiro marcou profundamente a legislação do país, e nas Constituições de 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988, tutelaram, e atualmente continua tutelando, os direitos humanos fundamentais: “à liberdade, à segurança individual e à propriedade” (Constituições de 1891, 1934, 1937), “à inviolabilidade dos direitos concernentes à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade” (Constituições de 1946, art. 141 e de 1967, art. 150), “à inviolabilidade do direito à vida” (Constituição de 1988, art. 5º).

Certamente esse Estado brasileiro laical, desvinculado logicamente da religião, mas respeitando todas as crenças existentes no Brasil, não se inspirou em princípios e em sentimentos religiosos ao redigir esses artigos que assegura constitucionalmente os direitos fundamentais dos seus cidadãos e certamente fundamentaram-se somente na dignidade da pessoa humana e não apenas na fé religiosa.

A ordem jurídica, repetindo, – não só a religiosa – é quem socialmente exige o respeito e a proteção ao bem supremo da pessoa, que é a vida humana em todas as fases de suas manifestações. Reconhece assim que a vida humana jamais é uma concessão jurídico-estatal e, inclusive, o direito a ela transcende ao direito da pessoa sobre si mesma, mas é um direito natural anterior à constituição do Estado e da própria sociedade.

A pessoa humana não vive só para si, mas também, para a sociedade, e para o bem do Estado, já que ela não só é portadora de humanidade, mas é patrimônio da humanidade.

Nelson Hungria, conhecido e afamado jurista brasileiro, afirmava que quem pratica o aborto não opera ‘in materiam’, mas atua contra um ser humano na ante-sala da vida civil, o que acaba acarretando com esse ato homicida numa civilização da violência e da morte.

O titular da vida humana é unicamente a própria pessoa, que desde a sua concepção tem seus direitos garantidos (conforme o artigo 2º do Código Civil Brasileiro de 2002, o artigo 41 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos e o preâmbulo da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança), e tem personalidade jurídica formal, desde seu momento inicial na fecundação, embora adquira só com o nascimento a sua personalidade jurídica material.

Ainda que não nascida tem capacidade de direito, não de exercício, devendo aos pais ou o curador zelar pelos interesses como são amparados pelo sistema jurídico brasileiro.

Não é válido portanto o argumento de que cabe à mulher o direito absoluto de dispor livremente da sua saúde reprodutiva, pois uma vez que há uma vida semelhante à sua no seu útero e em desenvolvimento, esse caráter absoluto deixa de existir. Uma vez que é mãe a sua saúde reprodutiva continuará sendo um direito associado a deveres constitucionais básicos: assistir socialmente ao filho (cf., art. 203), proporcionar-lhes alimento (cf., art. 5º, LVII), cuidar do filho se tem anomalias físicas ou psíquicas (cf, art. 227, § 1º, II). Inclusive se corre o risco de vida estando grávida ou se o filho resultou de um estrupo, deve saber que a vida humana concebida é um bem jurídico maior e qualquer ação contra ela é um crime horrendo, ainda que não se aplique uma pena contra ele (caput do artigo 128, do Código Penal Brasileiro). A exclusão da culpabilidade não significa a exclusão da juridicidade, já que o aborto sempre é um crime contra a pessoa humana (conforme o Título I – “Dos crimes contra a Pessoa”, parte especial do Código Penal Brasileiro).

O crime do aborto existe sempre e mesmo que haja discussão acadêmicas, política-partidárias, legislativas e, até mesmo, haja um plebiscito com resultado a favor do aborto legal, não se irá tornar ético um ato profundamente anti-ético, anti-social e, sobretudo, anti-natural e sangrento.

Nesse período de campanha eleitoral quando se procura uma renovação dos quadros executivos e legislativos do país e dos estados brasileiros o tema do aborto e demais temas correlatos – eutanásia, anticoncepção abortiva, distanásia, segurança pública, atendimento hospitalar público – podem ficar escondidos, sob o manto midiático de manchetes chamativas a respeito das pesquisas de opinião pública ou do crescimento econômico-social promovido por governantes e partidos a eles ligados.

O povo brasileiro não pode continuar sendo ingênuo e continuar na atitude de omissão política. O exemplo que ele deu na campanha ficha limpa é demonstrativo do seu poder transformador da sociedade.

É necessário que os brasileiros tirem a venda dos olhos e enxerguem com nitidez nos olhos dos seus candidatos e vejam neles a intenção, sem eufemismos de palavras, de defender realmente a vida humana desde a sua concepção até o seu final natural, que eles e elas mostrem nos seus programas de governo e nos seus projetos legislativos a vontade política de promover a natureza e a finalidade social da família brasileira fundada sobre o casamento entre o homem e a mulher, e que respeitem de verdade a inteligência dos cidadãos, não enganando-os mais com palavras e slogans políticos vazios.

Votar conscientemente é um direito e não só um dever político! Enganar conscientemente e “marqueteiramente” os eleitores é um crime contra a nação! Governar e legislar a favor da Vida Limpa, sem manchas ou poças sanguinolentas, é a esperança dos milhões de eleitores que são a favor da vida do brasileiro!

Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro
 
 

BAIXE OS DOCUMENTOS E DIVULGUE A INFORMAÇÃO:
 
VOTAR BEM
DECLARAÇÃO SOBRE O MOMENTO POLÍTICO NACIONAL
ORIENTAÇÃO AOS CATÓLICOS - DOM ODILO SCHERER

18 de outubro de 2010

"Sejamos santos, como o Senhor do Céu é Santo"

FRATERNIDADE JUFRA DAS CHAGAS
A fraternidade JUFRA das CHAGAS reuniu-se nesse dia 17 de outubro de 2010 para o Encontro de Formação com o tema: Santos Franciscanos, conduzido pelo irmão Ivo Gonçalves. Onde nós todos somos chamados a sermos SANTOS. Muitos como Frei Galvão, Santa Isabel da Hungria, São Luis Rei de França, Santa Margarida de Cortona passaram e superaram em vida os desafios e sofrimentos desse mundo. Atingiram a glória do céu. Temos deles o exemplo, assim como o do jovem de Assis - São Francisco.

Estavam presentes novos irmãos convidados para conhecer a fraternidade, e com isso fizemos um belíssimo encontro. Sejam todos bem vindos a essa família.
Para aumentar a alegria desse dia o mais novo integrante da família Luis Gonçalves, (mais conhecido como Luisinho) e já com quase 2 meses de vida foi pela 1ª vez na fraternidade. A mãe Elisete e o pai Ivo, apresentaram a todos seu primogênito que com grande felicidade foi recepcionado, acolhido e abraçado por todos, membros da JUFRA e OFS.


Após o almoço, Frei Alvaci Mendes da Luz, OFM (assist. espiritual) e a Paula Brito (formadora) fizeram uma animada dinâmica, entrelaçando os braços de todos, com o objetivo de em conjunto desfazer o enlaçe. Simbolizou com isso a união para atingir o objetivo, esta que faz de nós uma verdeira fraternidade.

Explicando a dinâmica
Depois dos avisos do Secretário Fraterno Rafael Barbosa e para finalizar este dia abençoado homenageamos a nossa irmã Palloma que completou 18 anos. PARABÉNS!!!



Parabéns para Palloma

Palloma e Frei Alvaci - 1º pedaço do bolo

 

















Que a graça de Deus desça sobre a nossa fraternidade de JUFRA e OFS das CHAGAS.
PAZ E BEM!

Regionais da JUFRA do Brasil realizam 1ª reunião on-line para discutir e planejar Subsecretaria de DHJUPIC


Na noite do sábado, 16/10, irmãs e irmãos representantes de nove Regionais da JUFRA do Brasil, totalizando doze estados, realizamos a 1ª reunião on-line para debater, avaliar e encaminhar o serviço de Direitos Humanos, Justiça, Paz e Integridade da Criação.


A reunião durou duas horas e meia e foi coordenada por mim, Elson Matias (Subsecretário Nacional de DHJUPIC da JUFRA do Brasil), contando com a participação dos/as seguintes irmãos/as e seus respectivos Regionais: Alef (Sudeste 3 – São Paulo), Thiago (Nordeste A3 – Rio Grande do Norte e Paraíba), Tiago (Bahia Sul), Andressa (Sul 3 – Rio Grande do Sul), Gleice (Sul 1 – Paraná), Mariana (Nordeste B1 – Pernambuco e Alagoas), Wolney (Nordeste B2 – Sergipe), Degenilson (Nordeste A1 – Maranhão), Wanley (Nordeste A2 – Ceará e Piauí) e Marcus (Nordeste A2 – Ceará e Piauí).

Após a apresentação de cada um/a dos/as participantes, os/as representantes dos Regionais partilharam a caminhada do serviço de DHJUPIC nas Fraternidades Regionais e Locais, onde constamos as atividades já realizadas, lamentamos o ainda pouco desempenho deste serviço e sonhamos com muitas propostas e projetos, que vamos encaminhar posteriormente em relatório para os Regionais.

Prosseguimos então avaliando os materiais já disponíveis pela Subsecretaria Nacional de DHJUPIC, por exemplo, os três panfletos temáticos e o Blog Nacional (http://www.dhjupic.blogspot.com/), mas avaliamos que o meio mais eficaz e produtivo para realizarmos este serviço é, sem dúvida, a articulação com as outras subsecretarias, em especial a de Formação, a de Ação Evangelizadora e a de Infância, Micro, Mini-Franciscanos, em todos os âmbitos, Locais, Regionais e Nacional. Esta parceria acontece, por exemplo, na publicação dos Cadernos Nacionais de Formação da JUFRA do Brasil, nas Campanhas da Fraternidade da Igreja no Brasil, e no Grito dos/as Excluídos/as, atividades estas onde a temática do DHJUPIC entra com evidência.

Encerramos rezando juntos/as, abençoando um/a ao outro/a e marcando a próxima reunião para o domingo, 24/10, as 20:00, e a pauta principal será a escolha das prioridades nacionais do serviço de DHJUPIC para o triênio 2010/2013 e a preparação da programação nacional para as ações locais em torno do dia 10 de dezembro (Dia Universal dos Direitos Humanos).

A experiência de reunião on-line vem ocorrendo também com o Secretariado Fraterno Nacional e com o Coletivo Nacional de Formação, como forma de manter o contato, partilhar as experiências e informações e encaminhar a vida da Fraternidade Nacional da JUFRA do Brasil, vencendo as distâncias e barreiras deste país continental.

Por tudo isso, peçamos a Deus que, com a força do Espírito, tenhamos ânimo, fé, coragem, gratuidade e sabedoria, prosseguindo no caminho de nosso irmão Jesus Cristo, para que, um dia, juntos/as, o escutemos dizer: “Venham vocês, que são abençoados por meu Pai. Recebam como herança o Reino que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo.” (Mt 25,34)


Elson Matias
Sub Nac DHJUPIC da JUFRA do Brasil

Em Nota, CNBB lamenta o uso indevido do nome da entidade na campanha eleitoral‎


Nota da CNBB em relação ao Momento Eleitoral


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por meio de sua Presidência, congratula-se com o Povo Brasileiro pelo exercício da cidadania na realização do primeiro turno das eleições gerais, quando foram eleitos os representantes para o Poder Legislativo e definidos os Governadores de diversas unidades da Federação, bem como o nome daqueles que serão submetidos a novo escrutínio em 2º turno, para a Presidência da República e alguns governos estaduais e distrital.

A CNBB congratula-se também pelos frutos benéficos decorrentes da aprovação da Lei da Ficha Limpa, que está oferecendo um novo paradigma para o processo eleitoral, mesmo se ainda tantos obstáculos a essa Lei tenham de ser superados.

Entretanto, lamentamos profundamente que o nome da CNBB - e da própria Igreja Católica – tenha sido usado indevidamente ao longo da campanha, sendo objeto de manipulação. Certamente, é direito – e, mesmo, dever – de cada Bispo, em sua Diocese, orientar seus próprios diocesanos, sobretudo em assuntos que dizem respeito à fé e à moral cristã. A CNBB é um organismo a serviço da comunhão e do diálogo entre os Bispos, de planejamento orgânico da pastoral da Igreja no Brasil, e busca colaborar na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária.

Neste sentido, queremos reafirmar os termos da Nota de 16.09.2010, na qual esclarecemos que “falam em nome da CNBB somente a Assembléia Geral, o Conselho Permanente e a Presidência”. Recordamos novamente que, da parte da CNBB, permanece como orientação, neste momento de expressão do exercício da cidadania em nosso País, a Declaração sobre o Momento Político Nacional, aprovada este ano em sua 48ª Assembléia Geral.

Reafirmamos, ainda, que a CNBB não indica nenhum candidato, e recordamos que a escolha é um ato livre e consciente de cada cidadão. Diante de tão grande responsabilidade, exortamos os fiéis católicos a terem presentes critérios éticos, entre os quais se incluem especialmente o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana.

Confiando na intercessão de Nossa Senhora Aparecida, invocamos as bênçãos de Deus para todo o Povo Brasileiro.

Brasília, 08 de outubro de 2010

P. nº 0849/10

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

Fonte: http://www.cnbb.org.br/

Veja mais: http://dhjupic.blogspot.com/

14 de outubro de 2010

ENCORJUFRA 2010 - Fraternidades de JUFRA protagonistas em São Paulo

Nos dias 08, 09 e 10 de outubro deste ano aconteceu, na Cidade de Bebedouro, o EnCORJUFRA -  Encontro e Congresso Regional da JUFRA de SP. Com o tema “Jufrista, protagonista da sua própria história” fomos convidados a juntos, todas as fraternidades do regional sudeste 3 da JUFRA, trabalhar para a efetiva realização deste congresso que tinha o objetivo de ser um grande encontro em que as fraternidades se envolveriam umas com as outras. Estiveram presentes aproximadamente 70 irmãos que vieram de várias partes do Estado de São Paulo, onde nos reunimos como família regional, e participamos de vários momentos decisivos, para as nossas fraternidades. 


A fraternidade JUFRA das CHAGAS chegou ao congresso na madrugada do sábado, sendo muito bem recepcionada pelos irmãos da fraternidade Nova Geração FrancisClariana de Bebedouro sede do congresso. Apesar do adiantado da hora e do cansaço da viagem fomos convidados a fazer um lanche e, em seguida, impulsionados pela vibração e alegria de reencontrarmos nossos irmãos de Bebedouro, (bem como das outras fraternidades que ali já estavam) fomos participar dum momento de convívio.


Pela manhã, já achegados a maioria das fraternidades iniciamos as atividades com uma belíssima oração da manhã envolta dum pequeno lago, no bosque do educandário da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, dirigida pelo assistente espiritual do regional Frei Carlos, TOR.


Após o café e o convívio da manhã foi dado início pela Irmã Nayla Faria de Sá, Secretária Fraterna Regional ao Congresso com a composição da mesa dos membros do secretariado regional e o irmão Lauro, OFS delegado da ministra regional da OFS Denise Gusmão. Após Irmão Mateus Agostini, Subsecretário de Ação Evangelizadora do regional nos apresentou o tema do nosso congresso avaliativo: Jufrista protagonista de sua própria história, fazendo-nos refletir que somos nós que dirigimos a nossa caminhada (os protagonistas), envoltos por um carisma que escolhemos porque com ele nos identificamos e somos chamados.


Alimentados e impulsionados por essa boníssima reflexão do irmão Mateus trabalhamos durante todo o dia, quer seja na elaboração da marcha pela cidade de Bebedouro que realizamos ao fim do dia, quer seja nos trabalhos de avaliação e projeção do regional Sudeste 3.


Durante o encontro, também podemos participar duma gincana onde envolveu todos os irmãos, um momento muito alegre e festivo, no qual não houve ganhador, mas somente participantes. Na mesma alegria a irmã Nayla nos presenteou com uma engraçada apresentação teatral, por ela apresentada, no qual mostrava “os desafios da comunicação” e a importância de mantermos nos como seres comunicantes. Contamos também, num dos momentos de convívio, com apresentações artísticas, jograis, e brincadeiras elaboradas pelas fraternidades participantes, isso porque os JUFRISTAS ali presentes eram os protagonistas do congresso e não meros participantes!


Como Franciscanos saímos em caminhada em louvor aos direitos da Juventude no mundo de hoje, clamando pela natureza, como Francisco sempre fez, principalmente no momento de sua passagem para a vida eterna. A política que cada vez mais necessita da responsabilidade e consciência dos nossos irmãos, principalmente os mais jovens, que muitas vezes não sabem o por que vão votar. Também rezamos, pedindo forças pela nossa família, a Família Franciscana, que mesmo com problemas, dificuldades, e falta de vocações lutam por todas as injustiças. Foi uma caminhada bem alegre e que quando passava nas ruas, o nosso ardor JUVENIL, dava uma energia muito grande para as pessoas.



Encerramos o Encontro Congresso com chave de ouro, na medida em que as fraternidades foram convidadas a participar do casamento da nossa irmã Hortênsia e Alexsandro Padilha, jufrista da fraternidade de Bebedouro, que ocorreu no último dia do congresso (10/10/2010). Que Deus abençõe a formação de uma nova família.

Hortênsia e Alexsandro Padilha

Foto oficial

Fomos embora após o especialíssimo almoço de domingo, ficando na despedida, nos beijos e abraços a sensação que são esses momentos que nos alimentam e nos dão forças fazendo-nos caminhar firmemente num carisma tão expressivo, o carisma francisclariano.

ABRAÇO COLETIVO


Irmãos, voltemos para nossas fraternidades locais mais alimentados do espírito fraterno para que cada vez mais caminhemos para que juntos possamos ter um só coração e uma só alma!

O próximo CORJUFRA - este eletivo, já tem data marcada, será em abril do ano de 2012 na cidade de São José do Rio Preto. Todos nós protagonistas desta história estaremos lá em fraternidade. Por tudo Deus seja louvado!A todos toda paz e todo o bem!



Rafael Barbosa
Secretário Fraterno
JUFRA DAS CHAGAS

4 de outubro de 2010

Trânsito de São Francisco


Dia 03 de outubro de 1221 na capela da Porciúncula, São Francisco de Assis louva a irmã Morte Corporal da qual homem algum pode escapar. E em seus últimos momentos de vida diz: "Irmãos começemos, pois até agora pouco ou nada fizemos".



Este momento foi relembrado através de uma apresentação teatral e canto do Trânsito de São Francisco, pelos jovens da JUFRA, OFS, vocacionados e os Freis da Província da Imaculada Conceição do Brasil na noite do dia 03. A missa foi presidida pelo Provincial Frei Fidêncio, OFM.



A fraternidade JUFRA das Chagas junto com o Frei Alvaci, OFM (assistente espiritual) realizou no dia 02/10 a missa do 8ª dia da novena de São Francisco. Com o tema: Francisco e a Juventude Frei Alvaci destacou muito bem a mensagem desse jovem de assis que deve ser espalhada para o mundo, principalmente na conquista de outros jovens. Ressaltou a esperança que se há de ter na juventude franciscana, na juventude cristã. Que vigorem-se e sejam testemunhas. A celebração foi encerrada com a benção do Santíssimo a todos os presentes.






Mensagem Nacional da JUFRA


Carta do Nacional da JUFRA do Brasil 
Solenidade São Francisco de Assis
04 de outubro


"Meu amigo encontrou a verdade"


" Meu amigo deixou seu dinheiro, sua herança e os direitos que tinha... era jovem demais o menino...

Pelas ruas de sua cidade, meu amigo, imitava Jesus."


Assista ao vídeo e cante junto com Pe. Zezinho.


 

FRANCESCO, CONTINUA VIVO

E depois que o Senhor me deu irmãos, ninguém me mostrou o que eu devia fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu devia viver segundo a forma do Santo Evangelho (Testamento 14).



Sim, Francesco, o filho de Pietro Bernadorne, queria viver evangelicamente. Nada mais, nada menos. Uma vez mais chega o mês de outubro e diante de nossos olhos se desenha a figura desse Francesco, filho de Pietro Bernardone. O que foi acontecendo com esse filho de Pietro Bernardone? Celebramos a 4 de outubro o dia desse Francesco que invadiu nossa vida com alegria e vigor: seu trânsito glorioso, a missa solene, a bênção dos animais e as exortações sobre a preservação do meio ambiente, desta casa de todos nós que anda seriamente em perigo. Mas, sobretudo, alguém que, nos anos verdes de nossa vida, nos fascinou. Alguma coisa precisa permanecer em nós depois de passados os festejos de outubro. O espírito de Francisco não morre. Não queremos ser coniventes com uma mentalidade que transforma Francisco apenas em alguma coisa adocicada e folclórica: passarinhos, água caindo em cascata, capuz na cabeça, um frade rolando pela neve e pronto. Nesta reflexão, feita no momento em que estamos entrando em outubro, queremos simplesmente lembrar três ou quatro coisas que marcaram a trajetória do filho de Pietro Bernadone. Ele continua vivendo entre nós através de seu espírito e de seus inumeráveis discípulos que costumam ser simplesmente designados de franciscanos. Qualquer coisa nos diz que, com modéstia e simplicidade, somos convidados a conservar viva a memória do Evangelho através de nossa presença e de nossa palavra de frades menores. Esta a razão de ser do movimento franciscano no mundo e na Igreja.

“Francisco de Assis não foi de início um modelo de doçura. Suas ambições o haviam atirado à guerra: a guerra voluntária como caminho para a glória. Mas ele encontrou Cristo e, finalmente, se o universo se transfigurou aos seus olhos, foi porque seu coração se abriu à grande doçura de Deus. Francisco soube domesticar sua própria agressividade. Converteu o lobo, aquele lobo que não vive apenas nas florestas, mas que se oculta em cada um de nós. E o lobo feroz se tornou fraternal. Aquela força de combate e de crueldade metamorfoseou-se numa energia de amor, numa força criadora de comunhão entre os seres” (E. Leclerc. O sol nasce em Assis, Vozes, p. 95). Francisco tem a doçura de Deus.

Francisco é alguém que leva a sério o Evangelho. Se pudéssemos resumir numa palavra a vida desse Francesco, talvez fosse suficiente dizer isto: que ele é alguém que leva a sério o Evangelho. Pode-se mesmo dizer que se tornou um Evangelho vivo, boa nova viva com seus posicionamentos e suas atitudes. Reescreveu o Evangelho em sua carne. No fim de sua vida tinha no corpo as chagas doídas e gloriosas do Cristo Jesus. Numa época como a nossa em que a fé talvez se tenha tornado muito fragilizada, em que a pastoral parece ter perdido seu fogo e se revestido de burocracia, esse Francesco d’Assisi se nos apresenta como aquele que quer tão somente o Evangelho. O Evangelho para ele, no entanto, não é um texto morto, mas Alguém, esse Jesus, que salta das páginas escritas e inflama o coração. Por isso não se pode fazer glosas ao Evangelho.

Tem-se a impressão que, nos albores de sua vocação, Francisco andava literalmente à procura de um tesouro. Ele sente um apelo para fugir de toda mediocridade. Gosto da maneira como Michel Hubaut fala do encontro de Francisco com o Evangelho: “O evangelho feriu a Francisco como o bisturi do cirurgião. A tranquila homilia que atormentava a assembleia dominical se converteu para ele num evangelho de fogo. A fé é o contrário do medo. E com isso Francisco queria arriscar tudo: renunciar ao desejo de manipular ou manejar sua vida, os dons que havia recebido e entrar no projeto de Deus a seu respeito. Aposta na fé. Não se pode compreender nada de Francisco se não entendermos sua conversão como o desejo do homem que se abre ao desejo de Deus (cf. El camino franciscano, Verbo Divino [Navarra] 1984, p. 19). Mais ainda: “Na vida de Francisco, Deus não tem um espaço reservado apenas no culto semanal. Invadiu todo o seu espaço e seu tempo de homem. E isso significa crer. Francisco voltará sempre a esta convicção: guardar a fé. Buscar Deus em todas as partes. Sabe ele muito bem como as coisas, em nosso interior e ao nosso redor, constituem um obstáculo para essa presença. Crer é fazer cair incontáveis barreiras, não poucas vendas dos olhos para que atrevamo-nos a colocar um ato de confiança que nos oriente incondicionalmente a uma chamada que vem de outro lugar” (p. 19-20). Penso que a força da frase precedente está na resposta incondicional. Esta a base do chamamento de Francisco. Este o fundamento do viver dos franciscanos: agarrar o projeto do Evangelho e acreditar num amanhã que será rasgado para nós e nossa fraternidade. Quando nossos frades fazem sua profissão solene estão dizendo: “Tu estás comigo. Meu futuro não é meu futuro. Mas o futuro que tu me mostras. Dá-me a singeleza de uma criança e que eu não largue minha mão de Tua mão. Dá-me viver minha promessa na casa de irmãos transparentes”. Que futuro o Senhor está mostrando aos frades da Imaculada?

Por Frei Almir Guimarães, OFM
Fonte: http://www.franciscanos.org.br/